Conheça mais sobre PH e alcalinidade Total

Os parâmetros físicoquímicos mais medidos de uma piscina são:

  • Cloro livre
  • Cloro total
  • Cloro combinado (diferença entre cloro total e livre)
  • PH
  • Alcalinidade total
  • Dureza cálcica
  • Temperatura da água
  • Teor de ácido cianúrico
  • Teor de sólidos dissolvidos

No entanto, pH e cloro total e cloro livre são os parâmetros medidos com maior frequência dentre os mencionados. A medição de ácido cianúrico é importante por dois motivos: primeiro porque valores acima de 100 ppm diminuem a eficiência da ação do cloro. Segundo porque diminuem a concentração da alcalinidade total o que deve ser considerado na medição da mesma.

Neste artigo, vamos nos limitar apenas a considerações sobre pH e alcalinidade total (denominada daqui por diante apenas por alcalinidade).

Embora sejam parâmetros dependentes entre si, são erroneamente confundidos. Uma água com pH inferior a 7,0 é denominada água ácida. E com pH superior a 7,0, denominada água básica (também denominada de muitas vezes de alcalina, o que, na linguagem química, é equivocado).

1- O pH está condicionado a presença de íons de hidrogênio na água da piscina. Já a alcalinidade está condicionada para a presença de íons de carbonato (CO3), íons de bicarbonato (HCO3), íons de hidróxido (OH) e outros íons de baixa influência na alcalinidade.

2- Diferentemente das medições de cloro, seja total ou livre, as medições de pH e de alcalinidade são de boa precisão quando medidas por meio de fitas de teste ou reagentes. Para a medição do pH ainda, pode-se obter resultados precisos também através de aparelhos eletrônicos.

3- O pH é uma grandeza físico-química das mais importantes em piscinas, pois um pH alto entre outras desvantagens, diminui a eficiência do cloro consideravelmente e ainda aumenta a probabilidade de depósito de cálcio na água deixando-a turva, na areia do filtro diminuindo sua capacidade de filtração e nos trocadores de calor dos aquecedores comprometendo sua eficiência e propiciando riscos de acidentes. Pode ainda provocar ardência nos olhos e irritação da pele. Um pH abaixo no entanto, provoca evaporação do cloro, ocasiona irritação da pele e dos olhos e ainda aumenta a probabilidade de corrosão na piscinae seus equipamentos.

4- A alcalinidade tem uma finalidade especial e principal que é a de manter o pH estável. A alcalinidade baixa dificulta a correção do pH e a alta exige uma grande quantidade de produtos corretores de pH.

5- Como qualquer parâmetro físico-químico, correções de pH e alcalinidade são executados através da introdução de produtos químicos na água da piscina. No Brasil,
os valores de pH devem estar entre 7,2 e 7,8 e o da alcalinidade, entre 80 e 120 ppm. Porém esses valores podem variar de acordo com as normas e leis de cada país.
Para a redução do pH e alcalinidade, usa-se o mesmo produto, denominado de redutor de pH e alcalinidade. No Brasil, são usados o ácido clorídrico (também chamado de ácido muriático), em diversas concentrações, sendo a mais comum em torno de 10%. Outro produto usado para diminuir o pH e a alcalinidade é o bissulfaton de sódio, também conhecido como ácido seco, na forma de pó, mais seguro que o ácido clorídrico.

Embora sejam usados os mesmos produtos para baixar ambos: alcalinidade e pH, a maneira como devem ser introduzidos na piscina são totalmente diferentes. Enquanto que para corrigir a alcalinidade o produto deve ser colocado num ponto único, para o pH deve-se espalhar o produto por toda a piscina. 

Para aumentar o pH e a alcalinidade, os produtos são diferentes. Para o pH usa-se carbonato de sódio, também conhecido comercialmente por barrilha (Na2CO3). E para a alcalinidade total usa-se bicarbonato de sódio (NaHCO3).

6- É importante mencionar que o pH é uma medida físico-química logarítmica (base 10). Portanto, pH 6,0 é 10 vezes menor que pH 7,0. E pH 5,0 é 100 vezes menor que pH 7,0. Já a alcalinidade tem variação linear.

7- Os manuais de fabricantes mais precisos, sugerem a correção do pH de forma diferente em relação à alcalinidade. Assim, em valores de alcalinidade de 120 ppm, indicam a introdução de 50% a mais de produto corretor de pH em relação a alcalinidade de 80 ppm.

8- O que os manuais de fabricantes não mencionam é que ao aumentar o pH com barrilha, automaticamente a alcalinidade também aumenta. Assim como ao aumentar a alcalinidade com bicarbonato de sódio, o pH também aumenta. Portanto, ao corrigir o pH para menos ou para mais, a alcalinidade também é afetada, o que exige do operador da piscina, além de muito conhecimento, também muita atenção e paciência. É o chamado efeito ioiô.

9- Quando o pH e alcalinidade estão ambos altos ou baixos, suas correções são mais fáceis dependendo dos valores apurados. Porém, quando estão em oposição, tornam-se mais difíceis de serem corrigidos.

10- Para se corrigir somente o pH sem alterar a alcalinidade, especialistas recomendam a areação da piscina para aumentá-lo e gás carbônico para diminuí-lo. Ambas as técnicas exigem que primeiramente a alcalinidade esteja acertada antes da correção do pH. Porém, na prática, essas correções únicas de pH são de difícil execução.

11- Por último, é recomendado sempre fazer estas correções em várias etapas. De um dia para o outro e com a filtração funcionando no mínimo um ciclo completo.

Nilson Maierá é formado em engenharia química pela Universidade Politécnica da Universidade de São Paulo – USP. Maierá está há pelo menos 30 anos no mercado de piscinas e é fundador da academia Raia 4 piscinas.

Fonte: ANAPP